Outubro Rosa: Autoconhecimento é a chave da saúde
Em tempos de Outubro Rosa, lembramos que as palavras são uma das principais e mais importantes ferramentas da comunicação humana.
Costuma-se dizer até que, muitas vezes, podem impactar mais do que gestos ou agressões físicas. Que elas exercem poder sobre nossas emoções, ânimos e atitudes, portanto, é algo incontestável.
Daí o motivo pelo qual, no passado (e para muitos ainda hoje), o simples fato de verbalizar alguns termos era cercado de tabus. Quem, por exemplo, nunca ouviu alguém dizer “CA” ou “aquela doença” para se referir ao câncer?
O que as pessoas vêm descobrindo, entretanto, é que a verdadeira arma para impedir a proliferação de certos males é a informação. Debater, discutir a respeito e compartilhar formas de prevenção é o que impede a disseminação.
Prova disso é o sucesso da campanha Outubro Rosa, celebrada anualmente desde os anos 90, com a participação do Instituto Nacional do Câncer (INCA) a partir de 2010.
Quer saber mais sobre o Outubro Rosa?
Então, confira o conteúdo que preparamos para você!
Outubro Rosa
Visando compartilhar informações sobre o Câncer de Mama, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento e contribuir para a redução da mortalidade, a campanha possui, atualmente, amplo alcance nacional.
E faz com que, a cada outubro, empresas e instituições dos mais diversos segmentos mudem para tons de rosa a cor das suas logomarcas.
Por meio de eventos técnicos, debates, apresentações, matérias e reportagens, costuma ser mote para a mídia durante todo o mês, sendo tema de diversos encontros físicos ou virtuais.
Por isso, apresentamos, abaixo, mais informações para que todos os (as) docentes invistam ainda mais no autocuidado.
Câncer de mama: o que é?
Assim como os demais tipos de cânceres, trata-se do resultado da multiplicação anormal de células que formam um tumor com potencial de invasão a outros órgãos.
A velocidade com que se alastra é variável: alguns mais rápidos, outros de forma mais lenta. Quando diagnosticado no seu início, costuma apresentar boa resposta aos tratamentos disponíveis: um a cada três casos tem possibilidade de cura.
Um indício de como o diagnóstico precoce, por meio de autoexames periódicos ou laboratoriais constantes, pode representar o contrário de uma sentença de morte.
Incidência do Câncer de Mama
É o segundo mais incidente no Brasil, atrás apenas do câncer de pele. É, entretanto, o que mais causa mortes em mulheres. Em 2022, por exemplo, já foram estimados 66.280 casos novos.
Há dois anos, em 2020, a doença ocasionou 17.825 mortes. As taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores delas nos países desenvolvidos.
É importante entender que embora seja algo raro (apenas 1% dos casos), também pode haver incidência em pessoas do sexo masculino.
Como fazer o autoexame e periodicidade de consultas
Alguns tipos de câncer são, sim, mais devastadores e não deixam margem de tempo para um tratamento eficaz. Não é o caso, em linhas gerais, do de mama, que costuma apresentar sinais e sintomas em suas fases iniciais.
Sendo assim, detectado precocemente, costuma apresentar melhores resultados no tratamento. Para descobrir estes indícios, a primeira instrução é ter autoconhecimento do próprio corpo.
É preciso observar, sentir e perceber as características das mamas e entender que, por exemplo, elas podem ser diferentes entre si, seja em tamanho ou formato.
Conhecendo-as melhor, fica mais fácil diferenciar entre variações naturais e alterações suspeitas. No caso destas últimas, é imprescindível procurar assistência médica.
Consultório médico e exames
Pela observação e toque das mamas, o médico pode verificar melhor estas mudanças suspeitas.
Alguns exames, entretanto, precisam ser realizados com frequência rotineira (a cada dois anos), mesmo que não haja alterações perceptíveis, para mulheres de 50 a 69.
Um deles é a mamografia (de rastreamento), radiografia que pode identificar o câncer antes que os sintomas apareçam. Em casos de doença na família ou alterações anormais, podem ser realizadas antes dos 50 anos, desde que com indicação médica.
A confirmação do resultado acontece por meio do exame histopatológico (biópsia), que analisa uma pequena parte retirada da lesão.
A mamografia de rastreamento não costuma ser realizada (sem indicativos para tal) em pessoas com menos de 50 anos. Isto porque, antes disso, as mamas são mais densas e com menos gordura, o que limita o exame e gera resultados incorretos.
Quando a paciente possui mais de 70 anos, é maior o risco de o exame revelar um tipo de câncer que não causaria danos à mulher.
Sinais e sintomas
Embora os exames rotineiros sejam imprescindíveis, eles acontecem com algum intervalo de tempo. A inspeção das mamas, portanto, deve ser uma atividade rotineira.
Por isso, é preciso que as mulheres estejam atentas a alguns sinais, tais como:
Causas
É possível estabelecer uma causa para o câncer de mama? Assim como várias outras doenças ou tipos de câncer, não.
Diversos fatores, entretanto, estão relacionados ao problema, incluindo a idade: já se sabe que pessoas na faixa etária superior aos 50 anos possuem maior propensão ao seu desenvolvimento.
Algumas ocupações, atividades econômicas e exposição a agentes cancerígenos, por sua vez, também influenciam: neste sentido, técnicos em radiologia, agricultores (sujeitos à utilização de determinados produtos químicos) estão mais vulneráveis. Situações em que a eliminação destes agentes nos processos de trabalho pode evitar até 5,13% dos casos.
Fatores de risco
Antes de listarmos alguns destes fatores, vale destacar que a presença de um ou mais deles não significa, necessariamente, a presença do câncer. O diagnóstico é realizado apenas pelo profissional habilitado – o ginecologista – a partir do resultado de exames específicos.
É importante, entretanto, deter atenção sobre hábitos, comportamentos e fatores que podem contribuir para o surgimento do quadro.
Comportamentais/ambientais
- Obesidade e sobrepeso após a menopausa.
- Sedentarismo (não fazer exercícios).
- Consumo de bebida alcoólica.
- Exposição frequente a radiações ionizantes (raios X, mamografia e tomografia).
- História reprodutiva/hormonais.
- Primeira menstruação (menarca) antes dos 12 anos.
- Não ter tido filhos.
- Primeira gravidez após os 30 anos.
- Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos.
- Ter feito uso de contraceptivos orais (pílula anticoncepcional) por tempo prolongado.
- Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente se por mais de cinco anos.
Hereditários/genéticos
História familiar de:
- Câncer de ovário.
- Câncer de mama em homens.
- Câncer de mama em mãe, irmã ou filha, principalmente antes dos 50 anos.
A mulher que possui alterações genéticas herdadas na família, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2, têm maior risco de câncer de mama. Salientando que apenas 5 a 10 % dos casos da doença estão relacionados a esses fatores.
Terapia de Reposição Hormonal (TRH)
Trata-se do uso de hormônios para aliviar os sintomas relacionados à menopausa.
Pode aumentar o risco de câncer de mama, notadamente quando combinada por estrogênio e progesterona, os dois principais hormônios sexuais femininos. Risco que diminui, progressivamente, após a suspensão da TRH.
(Fonte: Instituto Nacional do Câncer – Inca – Ministério da Saúde)
Conclusão
Para que o Outubro Rosa não seja apenas uma campanha temática, mas uma rotina presente no autocuidado e cuidar das pessoas mais importantes da vida, trabalhe com suas colegas sobre a importância do exame preventivo.
Além disso, as redes de apoio e discussão sobre as dificuldades e os desafios para a saúde das mulheres podem ajudar nesse processo de conscientização.
Gostou de saber mais sobre o Outubro Rosa? Então, confira nosso conteúdo sobre como elaborar atividades complementares para o Ensino Fundamental!
Patrícia Monteiro de Santana é jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco em 2000. Com atuações em veículos como TV Globo, Revista Veja e Diário de Pernambuco, além de atuante em assessoria de comunicação empresarial, cultural e política.